Bizarras peças te ocultavam:
Exóticas, imensas, disformes,
Estranhas em sua funcionalidade…
E lá estavas, seminua,
Contrastes de beleza e sofrimento,
Teu corpo confessando as lides do amor.
É cedo… é tarde… é, apenas, agora.
Ali, o tempo se eternizava,
Confundindo noites e dias,
Incontáveis horas… sempre iguais.
Bebidas, mulheres, cigarro, algazarra,
Um bar indiscreto.
O som, sem sentido, as luzes difusas,
As falas vazias, vadias…
Você ao meu lado,
Levando-me aos labirintos sem sentido, do prazer.
Que se busca nas alcovas traiçoeiras,
Senão enredar-se em carícias
Descompromissadas, efêmeras,
Alucinadas, inconsequentes ?
Apenas fugir, talvez…
Apenas carinhos,
Sensação desconhecida, sempre…
Loucura de se escapar da Vida,
Mesmo que só por um instante,
Por um só e um fatal momento !
Você, misteriosa e única,
Ainda que presente
em todos os leitos de amor…