Em tempos de obscurantismo ideológico e religioso é preciso desmistificar alguns “MITOS” que rondam a sociedade contemporânea e ameaçam a evolução e a sobrevivência da Humanidade. Hitler, Mussolini, Pio XII e Bolsonaro são figuras que se apropriaram dessa corrente radical e flertaram com o MAL SUPREMO: a AMBIÇÃO DO PODER!
É inquestionável que, depois da Globalização, as teorias progressistas que marcaram o final do século XX começaram a ruir, dando espaço ao renascimento do NaziFascismo, fundamentado pelas ideologias de extrema direita, pelo apoio militar e pelos interesses menores das igrejas populistas e fanáticas como os evangélicos. Nos últimos dez anos, a extrema direita ganhou espaço em várias democracias europeias, nas ditaduras do Oriente Médio e no Extremo Oriente, e, para nossa surpresa e estupefação, naquele que se autodenomina a base da Democracia mundial, os Estados Unidos da América. Parece que uma febre de fanatismo tomou conta da população, apavorada pela decadência do Capitalismo e pela miséria que se alastrou pelo mundo em decorrência do desemprego, das guerras fratricidas e das religiões ortodoxas. A intensa migração de refugiados dessas guerras na África e no Oriente Médio colocou a Europa em estado de alerta pelas imensas hordas de miseráveis que passaram a desafiar, inclusive, o extremo risco de atravessar o Mediterrâneo em busca de um acolhimento humanitário que, na maioria das vezes, não aconteceu.
Fenômenos extremistas, como o surgimento da Al Qaeda, Boko Haram, Estado Islâmico e Talibã, evidenciam o envenenamento dos espíritos com base na interpretação radical das Escrituras “Sagradas” de religiões muçulmanas, mas também de outros grupos que, aproveitando o caos social e a fragilidade das comunidades ao ataque suicida, passaram a atormentar e aterrorizar a Europa, os Estados Unidos e mesmo países outrora relativamente pacíficos, como o Iraque, Afeganistão, Índia, Paquistão, Filipinas, Somália, Turquia, Nigéria, Iêmen e Síria. Quais seriam as causas de tamanha violência contra pessoas inocentes? Por que a religião fomenta esse terror contemporâneo? O que justifica que forças tão antagônicas quanto estranhas entre si reúnem atos extremos e desprovidos de uma ideologia em diferentes partes do mundo? O que atrairia pessoas, aparentemente normais, a praticar atentados tão violentos e cruéis, até mesmo com a perda da própria vida, em nome de “Escrituras Sagradas”?

Praticamente 12,5% da população do mundo não possui uma religião, ou seja, cerca de 935 milhões de ateus. No entanto, não são estes que se engajaram em grupos terroristas, mas sim aqueles que professam uma religião e acreditam que existem “Livros Sagrados”, supostamente ditados pelas divindades ou escritos por “Profetas” que teriam vindo à Terra para fundar uma religião. O surpreendente é que as religiões deveriam pregar a Paz, o Amor incondicional, a Fraternidade Universal e a não violência. Sabe-se, pelo estudo da História, que a violência sempre existiu desde tempos imemoriais, mas somente em tempos “modernos” ela adquiriu essa ferocidade contra indivíduos inocentes, não vinculados a partidos políticos, muitas vezes pessoas que nem mesmo professam as mesmas crenças daqueles que fundaram o grupo de terror, e até mesmo sem saber por que matavam inocentes em países distantes de suas origens e mesmo sem falar a língua dos seus comandantes.
Que papel teriam, pois, as religiões no desenvolvimento dessas teorias fanáticas de louvor à violência, da imolação pelo fogo ou pela autodestruição em nome do “Senhor”? O que move os seres humanos a idolatrar figuras tão nefastas, quando suas próprias crenças pregam o amor e a fraternidade? Em que momento da História nasceram tais perversões ideológicas que não apenas permitem, como também incentivam o ódio indiscriminado, e as práticas mais selvagens de assassinatos coletivos, tais como as antigas oferendas dos povos primitivos, que viam no sacrifício de virgens o meio de aplacar o ódio dos deuses? Chineses, Celtas, Vikings, Maias, Astecas, Incas, Egípcios… são incontáveis as histórias de extermínio, por métodos os mais diversos, e sempre com extrema crueldade, apenas para satisfazer supostas divindades, resgatar a fartura de alimentos e comemorar as vitórias em conflitos bélicos contra seus inimigos. Mas sempre havia uma crença “mágica”, religiosa, por detrás desse comportamento humano, sem paralelo no mundo animal.

Pois foi, justamente, nas hostes da Igreja Católica que o Fascismo foi engendrado e floresceu durante a “Santa Inquisição”, onde mulheres eram queimadas vivas nas fogueiras, acusadas de bruxaria, sem direito à defesa. Giordano Bruno, um monge dominicano, teólogo, filósofo, matemático e escritor do século XVI foi condenado à fogueira por confrontar os “dogmas” da Igreja Católica e defender a Teoria Heliocêntrica de Copérnico, acusado de Heresia e outros “erros teológicos”! Entre o século XI e XV as Cruzadas Católicas percorreram os campos europeus em direção à Terra Santa e à cidade de Jerusalém, com o objetivo de conquistá-las, ocupá-las e mantê-las sob domínio cristão. Em seu longo período de existência, as maiores atrocidades foram cometidas em nome do Deus cristão. Ao longo da História, a “Santa Igreja Católica” cometeu crimes incompatíveis com seu caráter civilizatório e de catequese dos povos “pagãos”. Quem não professasse a mesma doutrina seria sumariamente eliminado, contrariando a mesma fé que alimentava a religião.

Durante a Segunda Guerra Mundial, foi notório o apoio do Papa Paulo VI ao Nazifascismo de Hitler e Mussolini, convalidando a maior tragédia da Humanidade, com seus 70 milhões de mortos e os irreparáveis danos à Economia e aos monumentos históricos destruídos pelos bombardeios ininterruptos por mais de cinco anos. Mas o que seria essa “doutrina”? Em que ela se fundamentaria, afinal? Poderia ser, simploriamente, chamada de Ideologia? Ou seria apenas a ascensão de um “MITO”, com ideias radicais e uma personalidade deformada e doentia, capaz de mobilizar toda uma população em suas ambições incontroladas de conquista e poder totalitário? Por que razão a Humanidade jamais conseguiu se livrar dos falsos profetas das religiões fanáticas, ou de comandantes militares que sobrepõem seu poder bélico aos verdadeiros interesses e valores das sociedades democráticas, implantando métodos medievais de tortura para obter falsas confissões de prisioneiros políticos, apenas por discordarem de suas convicções primitivas?

Passados cerca de dez mil anos de Civilização, a Humanidade ainda não evoluiu o bastante para banir, definitivamente, a violência de seus “métodos” de impor a vontade de um déspota aos interesses maiores da Sociedade na qual se insere. Hoje somos cerca de sete bilhões e meio de pessoas ocupando, de forma irresponsável, o planeta, consumindo drasticamente os recursos naturais, e ameaçando severamente a existência da própria humanidade, em decorrência dos efeitos do Aquecimento Global e as consequentes Mudanças Climáticas que, a cada dia, se tornam mais evidentes e irreversíveis. Curiosamente, depois de anos de conquistas sociais e grandes esforços por interromper os efeitos deletérios do desmatamento e da emissão de CO² e metano, o retrocesso político-ideológico ameaça reverter as políticas públicas e a legislação ambiental vigentes.

O Brasil poderia ter sido a referência mundial de políticas ambientais bem sucedidas, sem prejuízo de seu parque agrícola, sem sucateamento da política industrial, com ganhos de produtividade responsáveis e preservação da maior floresta equatorial do mundo, mas o retrocesso político-ideológico está matando essas possibilidades. Com um crescimento populacional descontrolado, com o aumento da pobreza e do desemprego, com a concentração cada vez maior das riquezas mundiais em favor de uma minoria privilegiada, poderíamos ter sido a fonte da maior riqueza futura, que são as florestas, os rios e aquíferos, a fauna e a flora supostamente inesgotáveis; no entanto, estamos perdendo a possibilidade de conquistar a liderança mundial pelas políticas ambientais, e inviabilizando nossas futuras gerações. E tudo isso por uma escolha infeliz de um fascista incompetente e despreparado para gerir um país de dimensões continentais, um imbecil que não sabe distinguir o Público do Privado, e acredita que seus rebentos são pessoas qualificadas para conduzir a Nação Brasileira para um futuro próspero e feliz. Pelo contrário, está se construindo um BUNKER de incompetentes e malfeitores, que professam crenças medievais e pretendem ser os “donos da verdade” e os “arautos” da honestidade, quando há evidências de seu envolvimento com as milícias e com o enriquecimento ilícito.
O Fascismo se baseia apenas em um “mito”, um grupo de fanáticos e na exploração da ingenuidade de um povo ignorante que “compra” as ideias macabras desses falsos profetas do Apocalipse. O fascista cria suas próprias “verdades”, as quais impõe a seus seguidores, e as transforma em novos mitos, que justificam suas ações tresloucadas. Surpreende-nos constatar que 57 milhões de eleitores tenham conduzido essa criatura desprezível para o cargo máximo da Nação Brasileira, divulgando promessas de venda e porte irrestrito de armas de fogo, militarização das escolas infantis, perdão de crimes ambientais, liberdade plena de expansão do agronegócio em detrimento de nossas reservas naturais, salvo-conduto a garimpeiros e madeireiros, inclusive em territórios indígenas, desvirtuamento de uma política trabalhista construída desde a ditadura de Vargas, nos anos 1930-45, desmonte das instituições públicas federais, conchavos entre “caciques” políticos que dominam o Congresso Nacional em proveito próprio..

Tudo isso em nome de uma “pureza” ideológica e um ódio alimentado pela “Operação Lava Jato” contra o Partido dos Trabalhadores, quando se ignorou que praticamente todos os partidos políticos estavam comprometidos com crimes de “colarinho branco”: suborno, enriquecimento ilícito, lavagem de dinheiro, corrupção generalizada, etc… o que constatamos nesses oito meses de mandato do fascista Jair Bolsonaro e sua turma? As mesmas práticas imorais e antiéticas, a mesma safadeza de políticos, sempre vinculados aos seus próprios interesses mesquinhos, o mesmo “toma-lá-dá-cá” que caracterizou a política brasileira desde os tempos do Colonialismo Português.
O neofascismo é uma infecção generalizada que toma o corpo de uma Nação e o faz apodrecer, sempre através de mentiras, dogmas, falsas ideologias e falso moralismo. Para esses psicopatas, tudo é permitido, desde que aprovado pelo seu “mito” doentio. Não se questiona suas falas caricatas, nem suas decisões contraditórias. Aceita-se tudo, mesmo quando isso diz respeito a duzentos milhões de seres humanos, a maioria dos quais sem preparo intelectual para compreender a gravidade dos atos que mudarão o destino de nossa Nação. É isso que está acontecendo ao Brasil, “Pátria Amada, Salve, Salve”, onde o slogan máximo é “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”! Será isso mesmo que queremos para nossos filhos?
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