Tempo demais!

Busco os limites de meus infortúnios

Nos atos, nos pensamentos, nas palavras…

Na solidão que me cala e consente,

Na angústia de não ser presente…

 

Procuro, na vida que me resta,

Um motivo, uma razão, uma vontade

Que seja, para perseverar e crer…

Para prosseguir, mesmo contra a razão.

 

Porém, minhas mazelas são pequenas,

Meus limites são restritos, fracos…

Meus propósitos, mesquinhos,

Ao menos aos olhos da realidade…

 

E o caminho que percebo é enorme!

Tempo demais para percorrer,

Antes que o desejo se acabe,

Antes que o fim se alcance…

por João Carlos Figueiredo Postado em Poemas

Decisão do Olimpo!

Agora é decisão do Supremo: qualquer cidadão só poderá ser preso depois da sentença ter transitado em julgado, ou seja, quando não couber mais apelação! Do jeito que os processos (não) caminham neste país, ninguém mais será preso daqui para a frente… no entanto, a população ficará à mercê dos bandidos, engravatados ou não!

É fato que a Constituição Federal já determinava que fosse dessa maneira, e aos juízes Supremos só restava referendar essa decisão. Quando a Constituinte de 1988 decidiu pelos direitos humanos extremos, tínhamos sobre nossas cabeças o trauma da Ditadura Militar que, durante anos torturou e matou inocentes e presos políticos, que a própria Convenção de Genebra nunca conseguiu proteger!

Mas hoje, passados os anos de terror do Estado de Exceção, cabe ao Congresso e ao Supremo rever os entraves que paralisam os três poderes e, em especial, colocam em um mesmo plano os cidadãos honestos, os políticos corruptos, os empresários safados e os bandidos de toda espécie…

As decisões do Olimpo precisam considerar que nossa pátria não é apenas uma Nação de homens puros, dignos e bem-intencionados… infelizmente, uma parcela expressiva de nossa sociedade vive em função do crime, das trapaças, dos negócios escusos… e apenas uma pequena minoria é honesta o tempo todo!

Lamentável? Não, apenas a constatação da nossa triste realidade…

por João Carlos Figueiredo Postado em Crônicas

Tantas palavras…

… e, no entanto, tão poucos e raros pensamentos que nos enriqueçam…

Em nenhum outro momento da existência humana se falou tanto, se escreveu tanto, se comunicou tanto… tantas palavras para tão pouco significado e expressão!

De que servem tamanhos recursos tecnológicos, tal disponibilidade de conversas, interações, amizades virtuais, se a humanidade tão pouco tem para dizer?…

… algo que, realmente valha a pena, que nos sensibilize, que se inove e se recrie…

Não! Apenas palavras vazias, repetidas aos milhares, lugares-comuns, chavões, versos roubados de poetas anônimos… não porque tenham, de fato, algum valor, mas porque ninguém se sente capaz de imaginar algo novo e relevante para o mundo…

Uma era de vazios… um imenso buraco negro na inteligência humana!

Tantas palavras… tão pouco significado…

por João Carlos Figueiredo Postado em Poemas