Quase me compadeci dos sofrimentos dos judeus na Terra Santa de Israel quando as guerras (também) santas dos seus vizinhos árabes apregoavam o extermínio desse povo! Afinal, o Holocausto foi uma das piores tragédias da História contemporânea e talvez uma das maiores chacinas de toda a Humanidade ao longo de sua existência de ódio e guerra…
No entanto, o Tempo nos faz refletir melhor e julgar com mais parcimônia as razões de cada parte nos conflitos intermináveis do Oriente Médio. Quando, em 1948, a ONU decidiu-se pela criação do Estado de Israel, optou também por desprezar a existência dos Palestinos, quase da mesma origem étnica dos judeus, e também espalhados mundo afora.
Sempre que uma decisão injusta é tomada, um conflito se eterniza entre os povos, acirrando as disputas, incentivando o ódio, alimentando a discórdia e o desentendimento. E agora, sessenta anos depois, aquela região continua imersa nos mesmos conflitos, matando-se por razões inaceitáveis por qualquer padrão humano que se adote, simplesmente porque as novas gerações não sabem viver em paz, não conhecem outra realidade senão esse conflito absurdo e sem nexo.
Agora, diante dos olhares perplexos do mundo, a violência de Israel se manifesta covardemente pela ocupação de Gaza, matando civis, mulheres e crianças indefesas, em nome de sua própria segurança. Mas não se resolve a questão dessa maneira; mesmo que todos os combatentes do Hammas fossem dizimados pela brutal superioridade militar de Israel, seus filhos continuarão a mesma luta, em um círculo vicioso de vinganças eternas e de posições irreconciliáveis!
Até quando?
De que serve o Conselho de Segurança da ONU se o principal aliado de Israel ninguém mais é do que o maior de todos os vilões contemporâneos, a nação que se diz arauto e defensor da Democracia e, no entanto, mantém seus soldados em terra estrangeira, matando inocentes, desenvolvendo e experimentando suas poderosas armas de destruição?