Ser mãe…

Hoje o mundo amanheceu mais bonito… minha filha vai ser mamãe! E despertou meus sentimentos mais puros e minha generosidade perante o gênero humano! Afinal, existe uma esperança, e esta terá nome e será bem-vinda na terra dos homens, pois terá o nosso carinho e afeição incondicionais!

Minha netinha… ou meu netinho! Que alegria! Minha filhinha barrigudinha, acolhendo essa criatura que crescerá e se desenvolverá para perpetuar nossas verdades, nossos sentimentos mais nobres, trazendo novas possibilidades àqueles que querem acreditar que, enfim, a vida prosseguirá…

Existem momentos que nos transformam completamente. Eu não sabia qual seria meu sentimento quando chegasse esse momento… mas tinha certeza de que algo dentro de mim se modificaria para sempre! Sim, pois nunca desistimos de acreditar que o bem e a justiça se farão presentes!

Eu nunca saberei o que é ser mãe… este é o destino dos homens! Mas sinto que posso ser o melhor avô deste mundo, cuidando para que nada falte a essa criança bem-aventurada: amor, carinho, proteção… pois o resto será dado pela própria vida, que cuidará de reservar a ela só o bem…

Benvinda, minha criança querida! Seja mais um Ser a colaborar para que o mundo seja melhor e que a justiça, a generosidade, a honestidade, a dignidade sejam os traços de sua personalidade! Não importa o que sejas neste mundo, desde que venhas para trazer alegria e amor!

Um beijo de seu avô que contará cada minuto do tempo que levará para você chegar até nós! Estaremos preparando seu caminho, como quem cultiva uma árvore, que se tornará frondosa e bela. Quando nasceres, teremos para ti todo o amor, afeição e carinho para te oferecer…

Seja bem-vinda, nossa criança querida!

A bestialidade da sociedade digital

A gente nem percebe… primeiro, começamos a olhar os programas idiotas da televisão, com certo desconforto intelectual. Afinal, deixamos de ler um livro, paramos de conversar com os amigos, ficamos mais quietos e passivos… apáticos… já não mais discutimos os assuntos que antes nos empolgavam.Depois nos acomodamos… e passamos a achar natural aquela dependência psicológica das telinhas e de seus programas mais cretinos! Afinal, todo mundo vê tevê, não é mesmo? E só mesmo os sites de relacionamento superam a televisão nas preferências dos jovens de qualquer idade!

Eu percebi que estava dependente quando já não mais conseguia fazer outras coisas: deixei de ler jornais, abandonei meus livros, parei de ouvir música, perdi grande parte do convívio familiar e passava horas assistindo as mais estúpidas criações do espírito humano!

Para consolar minha consciência, passei a assistir apenas documentários sobre a Natureza… menos mal, eu pensei… pelo menos não vejo o faustão, o hulk, a angélica, o gugu, as novelas, o silvio santos, o raul gil, o próprio fantástico e tantos outros programas bestificantes da televisão brasileira. Vocês já repararam que perdemos até a criatividade da cretinice? Sim, pois grande parte desses programas imbecis são tirados de modelos da televisão mais estúpida do mundo: a americana! Até o jô copia o David Letterman!

E os noticiários, que repetem à exaustão a mesma informação durante dias seguidos, de manhã, à tarde e à noite? E a publicidade imbecil das lojinhas que cresceram vendendo produtos de carregação às classes D e E, como a bahia, a colombo, a ricardo, a c&a, a renner, a eletrozema (existe isso??? existe!), a luiza, a marisa, as americanas e pernambucanas, a ultrafarma (mas remédio também pode?

Pode!!!!!!!!!!)…

Só que, mesmo me restringindo à Natureza, deixei de pensar! onde foi parar o meu senso crítico? minhas idéias? minha consciência intelectual? minha auto-estima e meu respeito por mim mesmo? tudo isso foi parar no meu lixo pessoal da acomodação e da passividade!

Meu universo ficou restrito a um quarto com tv e notebook! CHEGA!!!!!!!!!!!

Os Sete Pecados

Assim como os crentes, os leigos também cultuam seus pequenos pecados… muitos, porém, são Pecados Capitais! Nada direi da gula, da vaidade, da luxúria, da avareza, da preguiça, da ira e da inveja, pois esses são pecaditos que só fazem mal a quem os tem…Direi, sim, daqueles que levam o homem a praticar maldades, a destruir àqueles a quem amam, ou deveriam amar… a degradar a Natureza, a produzir infâmias inomináveis até para o mais amaldiçoado dos seres… a nos conduzir para o fim inevitável!Falarei dos vícios, não os terríveis, que acabam com o Ser em tão pouco tempo que mal dá para fazer mal a outrem, senão a si próprios. Falarei do comportamento predatório, aquele que destrói tudo que é valioso para a humanidade. Falarei, também, da maldade intrínseca daqueles que juram nos proteger enquanto representantes e delegados para cuidar de nossos interesses públicos. Direi, ainda, que a intolerância é irmã gêmea da libertinagem, assim como todos os extremos se tocam no infinito.

E, assim, serão seis os pecados, pois o sétimo está no coração de todos os homens, e só espera a distração e o descuido para se manifestar… esse eu deixarei para o final, para que cada um o encontre por si mesmo e o extirpe, feito erva daninha!

Quais serão esses vícios tão perniciosos? De que, afinal, morre e mata o ser humano, mais do que a pior das doenças, a pior das epidemias, a pior das guerras, dia após dia, dentro e fora de nossos lares?

Seriam o tabagismo, o álcool, o AVC, o infarto, os acidentes de trânsito, a violência urbana, o câncer?… nossas vidas foram traídas pelo ritmo alucinado da sociedade contemporânea!Porém, quando mencionamos os acidentes vasculares cerebrais, o infarto e o câncer, estamos dissimulando suas verdadeiras causa mortis que são o descontrole causado pelos vícios: o cigarro mata destruindo os pulmões, enquanto que o álcool mata destruindo o fígado (e os neurônios!)… o stress mata ao destruir o equilíbrio emocional… o tabagismo e o álcool são a porta de entrada para o uso de drogas mais pesadas… e todos eles são causas potenciais de diversos tipos de câncer, de quase toda violência urbana e da maioria dos acidentes de trânsito! Quantos crimes se cometem por excesso de álcool ou falta de controle emocional?

Mais, porém, do que essas causas individuais, existem as causas coletivas da morte: a destruição da Natureza, a manutenção da miséria como recurso colonialista, a exploração das fraquezas humanas através do tráfico e consumo das drogas, o incitamento à violência racial e religiosa, consequência natural da intolerância e da libertinagem, as políticas públicas direcionadas para a conquista e o domínio de bilhões de seres humanos…

E as plantações de tabaco, de cana de açúcar e de todas as culturas extensivas que, no período colonial se denominavam plantation e foram a causa da escravidão no Brasil e demais terras do Novo Mundo? e a criação extensiva de gado, que além de desmatar florestas produz enorme quantidade de gás metano, uma das causas do aquecimento global… ???

Pois somos muito competentes em dissimulação! Fingimos desconhecer essa realidade que nos mata, tentamos ignorar o fim que nos espera, certos de que iremos embora antes que esses males nos destruam, e deixamos aos nossos descendentes a responsabilidade por reverter esse quadro de desolação que nos espera… haverá tempo para eles? A cada dia, o fim nos parece mais próximo!

Enquanto isso, os fenômenos naturais nos enviam alertas desesperados, tentando nos convencer do pouco tempo que nos resta: são furacões, tufões, ciclones, maremotos, terremotos, erupções vulcânicas e ondas gigantes (tsunami) que gritam em nossos ouvidos moucos!

Não sei se falei dos sete pecados… nem importa! Mas adicionei meus clamores aos apelos da Natureza… quem quiser, acredite! Não será Nostradamus quem dirá que nosso fim está próximo: seremos nós mesmos!

Adivinhou o sétimo pecado? Pois é apenas e tão-somente a…

sua omissão!!!!

Tédio

Falares desnecessários…
Dèja vu… tudo me parece igual…
Até os latidos dos cães!
… a monotonia das feições…
… os pensamentos…
ROTINA!!!!

Quem disse isso?
Silêncio dentro de mim…

Latidos desnecessários…
Dèja vu… tudo me parece igual…
Até os falares dos mortos!
… a monotonia dos pensamentos…
… as feições…
ROTINA!!!!

Quem disse isso?
Silêncio dentro de mim…

Acordar… para que?

por João Carlos Figueiredo Postado em Tédio

A ilusão acabou (“Diário de um louco”)

Chega de ilusões! Não adianta nos enganarmos pensando que os verdadeiros ambientalistas salvarão a Terra, e a Natureza, enfim, prevalecerá e sobreviverá à ambição descontrolada da Humanidade… isso não é possível! Quem já leu alguma obra de ficção científica, ou assistiu a filmes que “revelam” o futuro da Terra percebeu que os autores são unânimes ao imaginá-la deserta, sem vida, sem matas, sem animais, povoada de zumbis, fantasmas ambulantes tentando sobreviver à fome, à miséria, à escassez de água, e ao agreste…Isso não é pessimismo; é pura realidade projetada em nossos filhos e netos, herdeiros dos atos que praticamos no presente! Sim, pois que as políticas ambientais são meros artifícios ilusionistas para confortar nossas consciências, como se o problema não apresentasse a gravidade que de fato existe! A Natureza está morrendo e nada poderemos fazer para evitá-lo!As evidências são inúmeras e incontestáveis!

A política ambiental visa apenas reduzir o ritmo dos desmatamentos, ou seja, o suficiente para legarmos a nossos filhos a responsabilidade pela extinção das matas, da vida selvagem, dos espaços de preservação ambiental, cada vez menores. Nunca se fala em desmatamento zero! Como pensar em fome zero se não existe desmatamento zero? E não se desmata para plantar alimentos, mas combustível! Pasmem! Queremos mais combustível para movimentar as máquinas que provocam, ao final da cadeia, o desmatamento!

A população do planeta cresce a taxas inaceitáveis! Se países como a China determinaram uma política de redução drástica no seu crescimento populacional, a Ìndia, o Paquistão, os países da África, o Brasil, continuam todos a crescer a taxas acima de 2% ao ano! Não haverá lugar para tanta gente, concentrada nos bolsões de pobreza das grandes cidades, amontoada em favelas e malocas, que só fazem crescer a violência e reduzem o nível de consciência médio da população terrestre.

As autoridades responsáveis pelas políticas ambientais, salvo raras exceções, só conhecem a Natureza pelos livros que consumiram em suas teses de mestrado. Jamais pisaram as trilhas das florestas, jamais escalaram montanhas, nunca mergulharam nos mares ou banharam-se nos rios cristalinos e nas cachoeiras que correm pelas vertentes… Elaboram suas leis e projetos baseados apenas nas concepções teóricas e equivocadas das salas de aulas! Nunca se sentaram, à noite, em torno de uma fogueira, no alto de uma montanha, apreciando a magnificência desse Universo incompreensível e misterioso…

Fiscais do IBAMA seguem as cartilhas escritas pelos burocratas e aplicam multas insignificantes (por maior que seja o seu valor), acreditando que o dinheiro recompõe a devastação causada pela exploração descontrolada dos espaços que deveriam ser preservados. Mas as árvores tombadas nunca serão replantadas, e o espaço conquistado à floresta se incorpora às áreas de plantio e às pastagens onde o gado irá produzir mais metano em suas toneladas de fezes, dando sua contribuição involuntária para o aquecimento global…

Não há futuro, meus amigos, para a Natureza! Reconheçamos nossa impotência e incompetência ao gerir nossos recursos mais nobres! Admitamos que, no fundo, pouco nos importa se animais serão extintos, se florestas desaparecerão, se montanhas de granito serão derrubadas para pavimentar as rodovias, se imensas rochas de minérios serão destruídas por nossa ambição desmesurada em superar nossas próprias obras, como se elas fossem magníficas! “Enormes Construções”! Este é o tema do documentário de um canal de televisão que se diz preservacionista! Quanta hipocrisia! O homem se compraz de seus feitos gigantescos! Para que?

E, como se não bastasse, multiplicamos esse consumismo inútil por bilhões de páginas de papel impresso, cujo conteúdo prolixo e redundante nada acrescenta em nosso conhecimento; transitamos egoisticamente solitários por vias congestionadas, desperdiçando combustível fóssil cada vez mais escasso, inundamos nossa atmosfera com a imundície e a poluição gerada pelas atividades frenéticas de uma população improdutiva, e pior ainda, não percebemos em nós mesmos o mal que causamos ao meio ambiente, em nossas próprias casas, com o desperdício sem controle! Quantos quilos de lixo você despeja por dia na Natureza?

Você já parou para observar quanta coisa inútil existe em nossas vidas? Já verificou o seu próprio consumo de energia, sua produção de lixo doméstico, seu próprio impacto ambiental não contabilizado? Nenhum animal selvagem conseguiria, em toda a sua vida, produzir tamanha devastação como o ser humano em apenas um dia de sua existência!

Para constatar essa realidade é muito simples: registre apenas um dia de sua produção inútil: o lixo, o alimento desperdiçado, os papéis descartados, o combustível consumido, o estoque sempre crescente de bugigangas que armazenamos, sem um fim específico, e que nos atam à vida como se imprescindíveis fossem! E tenha a coragem de admitir que o discurso preservacionista vai bem, mas nossas atitudes não refletem o seu significado!

Lamentavelmente, a Natureza não tem mais futuro em nosso planeta!

Diário de um louco

Hoje eu inicio um relato que pretendo manter até o final de meus dias: o “diário de um louco” é o meu libelo contra a decadência de nossa civilização! Sim, pois já não mais existem parâmetros para a normalidade em nosso mundo contemporâneo. A cada dia novas barreiras da razão e do bom-senso são derrubadas em defesa de uma liberdade que não conhece limites…Sou um ser anacrônico, pois ainda acredito em valores éticos e morais (enquanto não dogmáticos e transformadores), acredito na família como unidade essencial de agregação dos homens e de preservação da espécie, enquanto seres inteligentes e evolutivos. Acredito que precisa haver um limite, contrariando nossos instintos degenerativos. Sem ele, nenhuma ação humana seria passível de críticas e tudo seria permitido!No entanto, as novelas globais, a política menor e a justiça “tucana” e tosca da impunidade, a complacência dos educadores e a multiplicação das seitas farisaicas e sem conteúdo solapam os alicerces de nossa sociedade desnudando nossos desejos mais secretos e inconfessáveis e tornando-os possíveis e aceitáveis perante o mundo em que vivemos, em que nos consumimos…Pois esse devassado mundo já não comporta segredos, nem ideologias, nem convicções carismáticas, nem mistérios espirituais… somente clichês são permitidos e compartilhados à exaustão nos escaninhos dos sítios de relacionamentos, onde a vulgaridade é a senha de acesso e o mote das discussões monossilábicas, devaneios sem sentido e sem propósito, senão o de nos manter “online“, atados aos artefatos tecnológicos da alienação e das conversas vazias e improdutivas.

Se os crimes, as contravenções, as fofocas, as mentiras e desdizeres populam as páginas de informação inútil de nosso cotidiano, ninguém haverá de lamentar… afinal, essa foi a escolha quase unânime desse século que, conforme Nostradamus, nem deveria ter começado! Já não temos mais ídolos ou heróis (que “morreram de overdose”, segundo Cazuza)… já não temos mais credos ou ideário… somos apenas estações repetidoras de ideias alheias, cujos autores desconhecemos.

Se a Humanidade evoluiu em todas as áreas do conhecimento, não conseguiu, no entanto, tornar esse saber necessário e valioso o suficiente para nos manter despertos e preservar nossa individualidade. Quais são, afinal, os valores de nossa sociedade?

Na essência, todos os meus escritos passados caberiam neste diário inacabado…