Em primeiro lugar, a fragilidade de uma Economia Mundial assentada na especulação de toda espécie: do preço do petróleo ao comércio imobiliário norte-americano; das fortunas “ciganas” que assaltam as economias dos países pobres (“emergentes”) como nós à miséria degradante das guerras não declaradas que perduram por décadas, perpetuando o “status quo” dos poderosos…
Essa primeira evidência reflete a falácia sobre a qual está construído o Capitalismo, ao mesmo tempo que serve aos especuladores para migrar seu capital entre as bolsas de valores que apresentem as melhores ofertas de rentabilidade e, portanto, de lucros!
E aí está a diferença abissal entre a crise de 1929 e as contemporâneas: naquela época, os bancos centrais não existiam, os governos não eram tão habilidosos, e os milionários virtuais ainda sequer tinham sido “inventados”. Por isso, aquela crise foi inevitável e incontrolável. Agora, porém, enquanto os países ricos despejam bilhões de dólares e de euros nos grandes bancos, os pequenos investidores amargam seus prejuízos irreparáveis, nas parcas economias que confiaram ao mercado de capitais…
O segundo sinal evidenciado pelas crises é o fato de que as ondas de desenvolvimento e os vales de retração das economias não conseguem e nem se importam com a redução das imensas disparidades sociais, mantendo a maior parcela da população mundial na mais absoluta miséria e ignorância diante de um mundo em transformação. Ou seja, NÃO vivemos em um mundo melhor, graças ao Capitalismo, embora a aparência do mundo, devida à tecnologia, seja de evolução frenética e acelerada!
Mas há um fator ainda mais perverso em nossa realidade, que as crises acabam por ocultar: caminhamos para o caos, mas não o caos econômico, não o caos social, nem o caos político! Caminhamos para o caos da degradação ambiental, preço alto demais a ser pago pelo “desenvolvimento”, que acaricia os ricos e oprime os pobres, e que nos levará a todos à Era Glacial da Ignorância.
Se a nação mais rica do mundo se recusou a aderir à luta pela preservação ambiental, contando que o tempo que lhes restava era o suficiente para torná-los ainda mais ricos, agora já não haverá tempo hábil a ninguém para salvar o nosso Planeta!
O Socialismo teria evitado tudo isso? Provavelmente não; mas a própria dialética da oposição ideológica obrigaria os dirigentes a pensar melhor a realidade e os problemas da Humanidade, exigindo decisões mais sábias e menos comprometidas com o ganho de Capital. Afinal, a dicotomia entre pensamentos e valores antagônicos assegurou a evolução que percebemos hoje.
Realmente, a homogeneidade intelectual provocada pela globalização é o nosso pior e fatal inimigo!