Quem irá me redimir
Dessa vergonha, sem limite,
De viver ao seu redor, sem possuí-la ?
Por quantos séculos haverei de renascer
Para purgar o mal extremo
Que me houve dominar,
Apenas pelo desejo de querê-la minha ?
Em que dobras do tempo se preserva
A beleza oculta em meu passado,
E de cuja lembrança
Só me restam traços desconexos ?
Que pecado é esse, enfim,
Para o qual jamais haverá perdão…
… ou recompensa ?
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